O cantor sul-mato-grossense Luan Santana, 21 anos, é o principal ídolo musical das adolescentes do país atualmente - e um dos maiores vendedores de CDs e DVDs, com seu sertanejo pop romântico. Em dois meses nas lojas, o novo álbum de Luan, Quando Chega a Noite, já bateu em 200 mil cópias.
Como todos os CDs - e DVDs e Blu-rays - de Luan desde que ele assinou com a gravadora Som Livre, em 2009, toda a renda com as vendas está sendo revertida para instituições assistenciais carentes. Sobretudo, as que cuidam de doenças. É uma atitude rara no showbiz do Brasil e mundial. Devido à agenda lotadíssima, só agora conseguiu Luan responder a nossa entrevista, por e-mail. Bem articulado, o cantor mostra personalidade.
Embora com elementos sertanejos, os arranjos do novo álbum estão mais para pop & rock romântico ( e tem até reggae) do que para o sertanejo. É um estilo que mais te agrada? Uma forma de atualizar o sertanejo e quebrar limites entre gêneros?
O sertanejo vai se renovando a cada dia, e também surgem novos artistas. Com isso, o sertanejo vai se atualizando. Estou inovando sem perder a essência. A minha música é atual, fala de coisas do dia a dia, mas sempre mantendo a essência do sertanejo, já que esta é a influência que tive e vivi na infância.
Por falar em pop & rock, a capa e a concepção visual do trabalho também são bem pop. Inclusive, lembrando a estética sombria da Saga Crepúsculo...
A ideia era inovar, fazer algo diferente do que eu já tinha feito. O CD vem com o nome de Quando Chega a Noite, então tive a ideia de ter a foto ao entardecer, com um carro antigo em um bosque. Gostei muito do resultado, minha produção encontrou exatamente tudo como eu havia planejado. Fizemos a foto em um hotel fazenda no interior de São Paulo, encontramos um Mustang Eleano... Tudo perfeito do jeito que eu havia idealizado para a foto da capa do CD.
Você assina sete canções do repertório. O que te agrada mais: compor ou cantar? E com uma agenda tão cheia, quando você encontra tempo para compor?
Gosto dos dois, acho que um completa o outro. Normalmente quando chego do show, fico ainda acordado por muito tempo. Quando vou pra cama aí vem alguma ideia, pego o celular e já gravo a frase ou a ideia que surgiu naquela hora. No dia seguinte completo a música, foi assim que saíram essas sete músicas do CD. Mas tem outras que estão guardadas e que ainda não foram apresentadas.
Gosto da coerência com que você conduziu sua música até agora, sem procurar modismos ou gravar canções apelativas. Isso de alguma forma tem a ver com a personalidade do Luan fora do showbiz?
Participei integralmente deste trabalho e me dediquei por três meses, tanto nas composições, como na escolha do repertório e dos arranjos junto com o Fernandinho (Zor) que fez a produção. As músicas que gravei têm muito a ver com a minha história e o meu jeito de ser, tanto no dia a dia, como quando estou no palco.
Tem um ritmo brega baiano chamado arrocha, surgido há dez anos e que agora vem influenciando alguns artistas jovens do sertanejo. Você conhece o arrocha baiano, o legítimo?
Sou muito curioso e ouço de tudo, conheço um pouco do arrocha, mas não posso te afirmar se o que eu conheço é o que você chama de legítimo. Depois me mande uma música de arrocha legitimo.
Nas canções de Quando chega a Noite existem palmas, gritos da plateia, como numa gravação ao vivo. Foi gravado ao vivo ou esse clima foi colocado no estúdio, na pós-produção? Por que essa opção ao vivo mesmo num álbum de estúdio?
Gravamos este CD em alguns shows e claro que depois refizemos algumas vozes e instrumentos em estúdio. Eu particularmente sempre gosto de trabalhos ao vivo. A reação do publico é muito importante para o desenvolvimento do trabalho.
Mesmo bem pop, você gosta da música sertaneja de raiz, tipo guarânia, caipira etc. Liste cinco duplas ou artistas do sertanejo mais clássicos que você admira.
Trio Parada Dura (contratei eles para o casamento do meu empresário Anderson, foi meu presente para os noivos), Tonico & Tinoco,Chico Rey & Paraná, Zezé Di Camargo & Luciano e Chitãozinho & Xororó.
Não lembro de um artista do mainstream brasileiro dedicar toda a renda das vendas de seus discos para obras sociais, como você está fazendo mais uma vez com o CD Quando Chega a Noite. Fale um pouco sobre essa decisão e para quais tipos de obras sociais a renda é dirigida.
Perdi meus dois avós maternos com câncer e minha mãe me pediu que, se um dia eu ganhasse dinheiro cantando, ajudasse quem precisa. Quando assinei com a Som Livre decidi que toda renda com a venda de CDs, DVDs e Blu-rays seria revertida para entidades carentes, principalmente as que cuidam de doenças. Temos um departamento no escritório que cuida dessa parte. Chegam muitos pedidos de todo o Brasil e, depois de uma análise, é feita a doação. O maior valor doado até agora foi para o Hospital de Câncer de Barretos, quando doei meu cachê do show (R$ 550 mil) da Festa de Peão de Barretos em 2010. Fui o embaixador da festa naquele ano.(Nota da Redação: Luan nos enviou a prestação de conta das doações)
Com esse grande apelo que você tem junto às adolescentes, já pensou em fazer um filme?
Este ano fechamos uma parceria para fazer um filme sobre minha carreira. Não será um documentário, mas uma nova experiência em 3D que vai mostrar como cheguei até aqui e muitas coisas que acontecem nos bastidores de um grande show. A ideia é tudo ser bem natural, não sou ator, acho que não levo muito jeito pra isso. Vamos usar algumas filmagens antigas para mostrar o início de tudo.
Existe previsão de novo show em Salvador? O que mais te agrada na Bahia, em Salvador?
Estarei perto de Salvador, em Camaçari, agora dia 22 para participar do São João, mas estive no Festival de Verão este ano e foi maravilhoso. A energia do público baiano é contagiante. Gosto muito da Bahia, desse calor humano que vocês transmitem. Mas agora o que mais me agrada em Salvador são as mulheres, claro.
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